Brazil: Brutal Racist Murder of Joao Alberto Freitas

Transform indignation into popular revolt!

 

Statement of Corrente Comunista Revolucionária (Brazilian section of the Revolutionary Communist International Tendency), 27 November 2020, http://www.elmundosocialista.blogspot.com

 

 

 

On 19 November – the day before the national holiday called “black awareness day” (1) – João Alberto Silveira Freitas, a forty-year-old black man, was beaten to death by two security guards at a hypermarket store of the  French multinational corporation Carrefour in the neighborhood in the city of Porto Alegre. These two guards, Magno Braz Borges and Giovane Gaspar da Silva, are a former soldier respectively a temporary military police officer, were hired by the outsourced private security company Vector. Gaspar da Silva was not authorized to work as a security guard.

 

The two security guards led the man to the unit's parking lot and beat him brutally while people filmed quietly, asphyxiating him for four minutes until death. According to witnesses, João Alberto asked for help and pleaded saying that he could not breathe. Security guards prevented other people from intervening, even with screams that they were killing the man. A delivery man who was on the scene and filmed the murder reported that the killers tried to delete the video and threatened him. Security guards were preemptively arrested on charges of triple-qualified murder: for futile reasons, for asphyxiation, and for using means that prevent the victim's defense.

 

The striking scenes immediately brought to our memories the death by asphyxiation of George Floyd in the USA. The repercussion was strong, not only because of the savagery, but because it happened on the eve of the Black Awareness Day holiday.

 

The global CEO of Carrefour, Alexandre Bompard, stated the day after the tragedy that “first of all, I would like to express my deepest feelings, after the death of Mr. João Alberto Silveira Freitas. The images posted on social networks are unbearable (...) our company does not accept racism and violence "and asked the Carrefour Brasil Group to carry out a" complete review of the training actions of employees and partners in outsourcing."

 

In the following days, many thousands of people showed up in front of the Carrefour stores in various capitals of the country; São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Salvador, etc. In São Paulo, one of the Carrefour stores was partially set on fire by protesters who shouted the famous slogan “black lives matter”.

 

In the face of several protests spreading across the country, President Bolsonaro made a statement calling protesters against racism as "trash." Meanwhile, Vice President Hamilton Mourão made the most grotesque statement saying that "in Brazil there is no racism."

 

Carrefour is considered the second largest retailer in Brazil and the second largest wholesale in the country and has links with the powerful Itaú Unibanco, the largest private bank in Brazil, which almost 49 years ago acquired 49% of the shares of Carrefour Soluções Financeiras.

 

Senator Paulo Paim (PT), chairman of the Senate Human Rights Commission, said he invited Carrefour to a meeting. Based on a list made by the senator, the Estado de Minas newspaper gathered six cases of racism and extreme situations that happened at Carrefour:

 

1) In August 2020 in Recife, the dead body of a man identified as Moisés Santos, 53, was covered with umbrellas and surrounded by boxes so that the store could continue to function. The body remained in place, between 8 am and 12 pm, until it was removed by the Legal Medical Institute.

 

2) In September, in Rio de Janeiro, Nataly Ventura da Silva, 31 years old, was surprised to find the phrase “just for the whites to wear” written on an apron.

 

3) In 2019, the 5th Labor Court in the city of Osasco, São Paulo, identified conditions considered degrading for the company's employees. That's because Carrefour was controlling the employees' going to the bathroom.

 

4) In December 2018, a dog that was in the parking lot of one of the company's stores in Osasco, died after being poisoned and beaten by an employee.

 

5) In 2018, company employees in São Bernardo do Campo, in ABC Paulista, attacked Luís Carlos Gomes because he opened a can of beer inside the store. Despite the customer reiterating that he would pay for the item, he was chased by the unit manager and a security guard and then cornered in a bathroom, where he received a rear naked choke.

 

6) In 2009, Carrefour security guards attacked the electronics technician Januário Alves de Santana, 39, in the parking lot of a unit in Osasco. He was accused of being a thief who wants to steal a car. In fact, he could prove that he was the owner of that car.

 

This murder is not episodic or casual. There is no capitalism without racism, especially at this time of deep crisis. In addition, in making numerous racist speeches and provocations, president Bolsonaro is the main supporter of racist violence.

 

The extremely conservative and mostly white bourgeoisie in Brazil has no interest in ending racism. It is a historical process of 500 years of exploitation and oppression not only with the black people, but also with the mestizos, indigenous people and millions of poor whites. Basically, it is not just a problem of skin color, but of social class, it is the class struggle. It is the capitalist system that incorporates racism resulting in super-exploitation of black people.

 

We from the CCR call for a strong mobilization of the mass movement, the organized workers, the trade unions and progressive parties to give support to the resistance of the black people against our historical structural racism and oppression. We need to convert our indignation in a popular uprising!

 

 

 

1) https://en.wikipedia.org/wiki/Black_Awareness_Day

 

 

 

Brasil: Diante do brutal assassinato racista de Joao Alberto Freitas

Transformar a indignação em revolta popular!

 

Declaração da Corrente Comunista revolucionária-CCR (Seção Brasileira da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI), 28 de novembro de 2020, http://elmundosocialista.blogspot.com

 

 

 

Em 19 de novembro de 2020, um dia antes do feriado nacional denominado “dia da consciência negra”, João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de quarenta anos, foi assassinado por dois seguranças Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, respectivamente um ex-militar e um policial militar temporário, numa loja do hipermercado da rede francesa Carrefour no bairro na cidade de Porto Alegre, capital do rio grande do Sul. Ambos eram contratados da empresa privada terceirizada de segurança Vector, sendo que  Gaspar da Silva não tinha autorização para trabalhar como segurança.

 

Os dois seguranças conduziram o homem até o estacionamento da unidade e o espancaram brutalmente enquanto pessoas filmavam tranquilhamente, asfixiando-o por quatro minutos até a morte. Conforme testemunhas, João Alberto pedia por ajuda e suplicava avisando que não conseguia respirar. Os seguranças impediram que outras pessoas interviessem, mesmo com gritos de que estavam matando o homem. Um entregador que estava no local e filmou o homicídio relatou que os assassinos tentaram apagar o vídeo e o ameaçaram. Os seguranças foram presos preventivamente acusados por homicídio triplamente qualificado: por motivo fútil, por asfixia, e por utilizarem meio que impede defesa da vítima.

 

As impactantes cenas gravadas e a constatação da morte por asfixia imediatamente trouxe a memória do caso George Floyd nos EUA. A repercussão foi forte, não só pela selvageria , mas por ter acontecido na véspera do feriado do Dia da Consciência Negra.

 

O CEO global do Carrefour, o francês Alexandre Bompard, afirmou no dia seguinte à tragédia que “em primeiro lugar, gostaria de expressar meus profundos sentimentos, após a morte do senhor João Alberto Silveira Freitas. As imagens postadas nas redes sociais são insuportáveis (...) a nossa empresa não compactua com racismo e violência" e que pediu ao Grupo Carrefour Brasil que faça uma "revisão completa das ações de treinamento dos colaboradores e de terceiros.”

 

Nos dias seguintes até o final da semana muitas milhares de pessoas compareceram em frente das lojas Carrefour em várias capitais do país; São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Salvador, etc. Em São Paulo uma das lojas Carrefour foi parcialmente incendiada pelos manifestantes que gritavam a famosa palavra de ordem “vidas negras importam”.

 

Diante das várias  dos protestos se espalhando pelo país  o presidente Bolsonaro fez uma declaração  chamando  Manifestantes Contra o Racismo de "lixo”. Enquanto isso, o vice-presidente Hamilton Mourão fazia  a declaração  mais grotesca dizendo que “no Brasil não existe racismo.”

 

O Carrefour  é considerado a segunda maior empresa varejista do Brasil e a segunda a maior rede de atacado do país tem vínculos com o poderoso Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, que há quase uma década adquiriu 49% das ações do Carrefour Soluções Financeiras.

 

O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, disse que convidou o Carrefour para uma reunião. Baseado numa lista feita pelo senador, o jornal   Estado de Minas juntou seis casos de racismo e situações extremas que Agosto aconteceram no Carrefour:

 

de 2020 em Recife, o corpo de um homem identificado como Moisés Santos, de 53 anos, foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas para que a loja continuasse em funcionamento. O corpo permaneceu no local, entre 8h e 12h, até ser retirado pelo Instituto Médico Legal (IML). Em setembro, no Rio de Janeiro, Nataly Ventura da Silva, 31 anos, foi surpreendida ao se deparar com a frase “só para branco usar” escrita em um avental assinado por um colaborador do Grupo Carrefour. Em 2019, a 5ª Vara do Trabalho de Osasco, São Paulo, identificou condições consideradas degradantes para os empregados da empresa. Isso porque o Carrefour estaria controlando a ida dos empregados ao banheiro. Em dezembro de 2018, um cão que estava no estacionamento de uma das lojas da empresa, em Osasco, morreu após ser envenenado e espancado por um funcionário. Em 2018, funcionários da empresa em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, agrediram Luís Carlos Gomes porque ele abriu uma lata de cerveja dentro da loja. Apesar do cliente reiterar que pagaria pelo item, ele foi perseguido pelo gerente da unidade e por um segurança e depois encurralado em um banheiro, onde recebeu um mata-leão.  Em 2009, seguranças da rede de hipermercados agrediram o vigia e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana, de 39 anos, no estacionamento de uma unidade em Osasco. Ele teria sido confundido com um ladrão e foi acusado de roubar em que ele mesmo era o dono.”

 

Este assassinato não é episódico ou casual. Não existe capitalismo sem racismo, principalmente neste momento de profunda crise. Além disso, ao fazer inúmeros discursos e provocações racistas,  o presidente Bolsonaro é o principal incentivador da violência .

 

A extremamente conservadora e majoritariamente branca burguesia brasileira não tem o menor interesse de acabar com o racismo. É um processo histórico de 500 anos de exploração e opressão não somente com o povo negro, mas com os mestiços, indígenas e os milhões de brancos pobres. No fundo não é somente um problema de cor da pele, mas de classe social, é a luta  de classes. É o sistema capitalista que incorpora o racismo que resulta na superexploração do povos negros.

 

Nós da Corrente Comunista Revolucionária fazemos o chamado a uma forte mobilização do movimento de massas, dos trabalhadores organizados, dos sindicatos e partidos progressistas a apoiar a resistência do povo negro contra nosso racismo estrutural e opressão  histórica. Precisamos transformar nossa indignação em uma grande revolta popular!

 

 

 

Brasil: Brutal asesinato racista de Joao Alberto Freitas

¡De indignación a revuelta popular!

 

Declaración de la Corriente Comunista Revolucionaria (sección brasileña de la CCRI), 27 de noviembre de 2020, http://www.elmundosocialista.blogspot.com

 

 

 

El 19 de noviembre, víspera de la fiesta nacional denominada “Día de la Conciencia Negra” (1), João Alberto Silveira Freitas, un hombre negro de cuarenta años, fue asesinado a golpes por dos guardias de seguridad en un hipermercado de la multinacional francesa, la corporación Carrefour en el barrio de la ciudad de Porto Alegre. Estos dos guardias, Magno Braz Borges y Giovane Gaspar da Silva, son un ex soldado y un oficial de policía militar temporal, fueron contratados por la empresa de seguridad privada subcontratada Vector. Gaspar da Silva no estaba autorizado para trabajar como guardia de seguridad.

 

Los dos guardias de seguridad llevaron al hombre al estacionamiento de la unidad y lo golpearon brutalmente mientras la gente filmaba en silencio, lo asfixiaron durante cuatro minutos hasta la muerte. Según testigos, João Alberto pidió ayuda y suplicó diciendo que no podía respirar. Los guardias de seguridad impidieron que otras personas intervinieran, incluso con gritos de que estaban matando al hombre. Un repartidor que estaba en la escena y filmó el asesinato informó que los asesinos intentaron borrar el video y lo amenazaron. Los guardias de seguridad fueron arrestados preventivamente por cargos de homicidio triple calificado: por razones inútiles, por asfixia y por usar medios que impiden la defensa de la víctima.

 

Las impactantes escenas nos trajeron de inmediato a la memoria la muerte por asfixia de George Floyd en Estados Unidos. La repercusión fue fuerte, no solo por el salvajismo, sino porque sucedió en vísperas del feriado del Día de la Conciencia Negra.

 

El director general global de Carrefour, Alexandre Bompard, declaró al día siguiente de la tragedia: “en primer lugar, me gustaría expresar mis sentimientos más profundos, tras la muerte del Sr. João Alberto Silveira Freitas. Las imágenes colgadas en las redes sociales son insoportables (…) nuestra empresa no acepta el racismo y la violencia” y solicitó al Grupo Carrefour Brasil realizar una “revisión completa de las acciones formativas de los empleados y socios en el outsourcing”.

 

En los días siguientes, miles de personas se presentaron frente a las tiendas Carrefour en varias capitales del país; São Paulo, Río de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Salvador, etc. En São Paulo, una de las tiendas Carrefour fue incendiada parcialmente por manifestantes que gritaban la famosa consigna “las vidas de los negros importan”.

 

Ante varias protestas que se extendieron por todo el país, el presidente Bolsonaro hizo una declaración en la que calificó de “basura” a los manifestantes contra el racismo. Mientras tanto, el vicepresidente Hamilton Mourão hizo la declaración más grotesca diciendo que “en Brasil no hay racismo”.

 

Carrefour es considerado el segundo minorista más grande de Brasil y el segundo mayorista más grande del país y tiene vínculos con el poderoso Itaú Unibanco, el mayor banco privado de Brasil, que hace casi 49 años adquirió el 49% de las acciones de Carrefour Soluções Financeiras.

 

El senador Paulo Paim (PT), presidente de la Comisión de Derechos Humanos del Senado, dijo que invitó a Carrefour a una reunión. A partir de una lista elaborada por el senador, el periódico Estado de Minas recogió seis casos de racismo y situaciones extremas ocurridas en Carrefour:

 

1) En agosto de 2020 en Recife, el cadáver de un hombre identificado como Moisés Santos, de 53 años, fue cubierto con paraguas y rodeado de cajas para que la tienda pudiera seguir funcionando. El cuerpo permaneció en el lugar, entre las 8 am y las 12 pm, hasta que fue retirado por el Instituto Médico Legal.

 

2) En septiembre, en Río de Janeiro, Nataly Ventura da Silva, de 31 años, se sorprendió al encontrar la frase “solo para que los blancos lo usen” escrita en un delantal.

 

3) En 2019, el 5º Juzgado Laboral de la ciudad de Osasco, São Paulo, identificó condiciones consideradas degradantes para los empleados de la empresa. Eso es porque Carrefour controlaba el ir al baño de los empleados.

 

4) En diciembre de 2018, un perro que se encontraba en el estacionamiento de una de las tiendas de la empresa en Osasco, murió luego de ser envenenado y golpeado por un empleado.

 

5) En 2018, empleados de la empresa en São Bernardo do Campo, en ABC Paulista, agredieron a Luís Carlos Gomes porque abrió una lata de cerveza dentro de la tienda. A pesar de que el cliente reiteró que pagaría por el artículo, fue perseguido por el gerente de la unidad y un guardia de seguridad y luego acorralado en un baño, donde recibió un estrangulamiento estando desnudo.

 

6) En 2009, guardias de seguridad de Carrefour agredieron al técnico electrónico Januário Alves de Santana, de 39 años, en el estacionamiento de una unidad en Osasco. Fue acusado de ser un ladrón que quiere robar un auto. De hecho, pudo probar que era el dueño de ese auto.

 

Este asesinato no es episódico ni casual. No hay capitalismo sin racismo, especialmente en este momento de profunda crisis. Además, al realizar numerosos discursos y provocaciones racistas, el presidente Bolsonaro es el principal partidario de la violencia racista.

 

La burguesía extremadamente conservadora y mayoritariamente blanca de Brasil no tiene interés en acabar con el racismo. Es un proceso histórico de 500 años de explotación y opresión no solo contra los negros, sino también hacia los mestizos, indígenas y millones de blancos pobres. Básicamente, no es solo un problema de color de piel, sino de clase social, es la lucha de clases. Es el sistema capitalista que incorpora el racismo que resulta en la superexplotación de los negros.

 

Desde la Corriente Comunista Revolucionaria hacemos un llamado a una fuerte movilización del movimiento de masas, los trabajadores organizados, los sindicatos y los partidos progresistas para dar apoyo a la resistencia del pueblo negro contra nuestro racismo y opresión estructural histórica. ¡Necesitamos convertir nuestra indignación en un levantamiento popular!

 

 

 

1) https://en.wikipedia.org/wiki/Black_Awareness_Day

 

 

 

Brésil: Face au meurtre raciste brutal de Joao Alberto Freitas

Transformer l'indignation en révolte populaire

 

Déclaration de la Corrente Comunista Revolucionária-CCR (Section brésilienne de la Courant communiste révolutionnaire international (CCRI/RCIT), 28 novembre 2020, http://elmundosocialista.blogspot.com

 

 

 

Le 19 novembre 2020, la veille de la fête nationale appelée « Jour de la conscience noire », João Alberto Silveira Freitas, un homme noir de 40 ans, a été assassiné par deux gardes de sécurité Magno Braz Borges et Giovane Gaspar da Silva, respectivement un ex-militaire et un policier militaire temporaire, dans un magasin de la chaîne de supermarchés française Carrefour dans le quartier de la ville de Porto Alegre, capitale du Rio Grande do Sul. Tous deux ont été embauchés par la société de sécurité sous-traitant Vector, et Gaspar da Silva n'était pas autorisé travailler comme garde de sécurité.

 

Les deux gardes de sécurité ont conduit l'homme au parking de l'unité et l'ont battu brutalement pendant que les gens filmaient tranquillement, l'asphyxiant pendant quatre minutes jusqu'à sa mort. Selon des témoins, João Alberto a demandé de l'aide et a plaidé en disant qu'il ne pouvait pas respirer. Les gardes de sécurité ont empêché d'autres personnes d'intervenir, même en criant qu'ils tuaient l'homme. Un livreur qui était sur les lieux et a filmé le meurtre a rapporté que les tueurs avaient tenté de supprimer la vidéo et l'avaient menacé. Des agents de sécurité ont été arrêtés de manière préventive sur des accusations de meurtre à triple qualification : pour des raisons futiles, pour asphyxie et pour avoir utilisé des moyens qui empêchent la défense de la victime.

 

Les scènes marquantes enregistrées et la mort par asphyxie rappellent immédiatement l'affaire George Floyd aux États-Unis. La répercussion a été forte, non seulement à cause de la sauvagerie, mais parce qu'elle s'est produite la veille des vacances du Jour de la conscience noire.

 

Le PDG mondial de Carrefour, le Français Alexandre Bompard, a déclaré au lendemain de la tragédie que « tout d'abord, je voudrais exprimer mes sentiments les plus profonds, après la mort de M. João Alberto Silveira Freitas. Les images diffusées sur les réseaux sociaux sont insupportables (...) notre entreprise ne tolère pas le racisme et la violence »et a demandé au Groupe Carrefour Brasil de procéder à une « revue complète des actions de formation des salariés et des tiers ».

 

Dans les jours qui ont suivi jusqu'à la fin de la semaine, plusieurs milliers de personnes se sont présentées devant les magasins Carrefour dans différentes capitales du pays; São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Salvador, etc. A São Paulo, l'un des magasins Carrefour a été partiellement incendié par des manifestants qui criaient le fameux slogan « la vie des noirs compte».

 

Face à plusieurs manifestations qui se sont répandues à travers le pays, le président Bolsonaro a fait une déclaration qualifiant les manifestants contre le racisme de "poubelle". Pendant ce temps, le vice-président Hamilton Mourão a fait la déclaration la plus grotesque en disant “au Brésil, il n'y a pas de racisme."

 

Carrefour est considéré comme le deuxième plus grand société de distribution au Brésil et le deuxième commerce de gros du pays a des liens avec la puissante Itaú-Unibanco, la plus grande banque privée du Brésil, qui a acquis il y a près de dix ans 49% des actions du Carrefour.

 

Le sénateur Paulo Paim du Parti des travailleurs, président de la Commission sénatoriale des droits de l'homme, a déclaré qu'il avait invité Carrefour à une réunion. Sur la base d'une liste dressée par le sénateur, le quotidien Estado de Minas a rassemblé six cas de racisme et de situations extrêmes survenus au Carrefour :

 

1) En août 2020 à Recife, le cadavre d'un homme identifié comme Moisés Santos, 53 ans, était recouvert de parapluies et entouré de boîtes pour que le magasin puisse continuer à fonctionner. Le corps est resté en place, entre 8 heures et 12 heures, jusqu'à ce qu'il soit enlevé par le Legal Medical Institute.

 

2) En septembre, à Rio de Janeiro, Nataly Ventura da Silva, 31 ans, a été surprise de trouver la phrase « rien que pour les blancs à porter » inscrite sur un tablier.

 

3) En 2019, le 5e tribunal du travail de la ville d'Osasco, à São Paulo, a identifié des conditions jugées dégradantes pour les salariés de l'entreprise. C'est parce que Carrefour contrôlait le passage des employés aux toilettes.

 

4) En décembre 2018, un chien qui se trouvait dans le parking de l'un des magasins de l'entreprise à Osasco, est mort après avoir été empoisonné et battu par un employé.

 

5) En 2018, des employés de l'entreprise à São Bernardo do Campo, dans ABC Paulista, ont attaqué Luís Carlos Gomes parce qu'il ouvrait une canette de bière à l'intérieur du magasin. Bien que le client ait réitéré qu'il paierait la bière, il a été poursuivi par le responsable de l'unité et un agent de sécurité, puis acculé dans une salle de bain, où il a reçu un étranglement.

 

6) En 2009, des agents de sécurité de Carrefour ont attaqué le technicien en électronique Januário Alves de Santana, 39 ans, sur le parking d'une unité à Osasco. Il a été accusé d'être un voleur qui voulait voler une voiture. En fait, il pouvait prouver qu'il était le propriétaire de cette voiture.

 

Ce meurtre n'est ni épisodique ni occasionnel. Il n'y a pas de capitalisme sans racisme, surtout en cette période de crise profonde. En outre, en prononçant de nombreux discours et provocations racistes, le président Bolsonaro est le principal partisan de la violence.

 

La bourgeoisie extrêmement conservatrice et majoritairement blanche du Brésil n'a aucun intérêt à mettre fin au racisme. Il s’agit d’un processus historique de 500 ans d’exploitation et d’oppression non seulement avec les noirs, mais aussi avec les métis, les autochtones et les millions de pauvres blancs. Au fond, ce n'est pas seulement un problème de couleur de peau, mais de classe sociale, c'est la lutte des classes. C'est le système capitaliste qui intègre le racisme qui aboutit à la surexploitation des noirs.

 

Nous, de la Corrente Comunista Revolucionária-CCR, appelons à une forte mobilisation du mouvement de masse, des travailleurs organisés, des syndicats et des partis progressistes pour soutenir la résistance du peuple noir contre notre racisme structurel et notre oppression historique. Nous devons transformer notre indignation en une grande révolte populaire !

 

 

 

https://fr.wikipedia.org/wiki/Jour_de_la_conscience_noire