Não ao bloqueio de pessoas em Assunção e outras cidades pelo regime!

 

Declaração Conjunta do CCR (Seção Brasil do CCRI/RCIT) e do Secretariado Internacional da CCRI/RCIT, 8 de março de 2021, www.thecommunists.net

 

 

 

O Paraguai está sendo abalado por uma espontânea rebelião popular e da juventude . Na sexta-feira, 5 de março, milhares de pessoas marcharam na capital Assunção. Eles pedem a saída do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, do partido Colorado, devido à má gestão da pandemia e contra o bloqueio severo bloqueio imposto pelo governo. Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas e uma morreu após confrontos de rua entre a polícia e os manifestantes.

 

 A repressão começou por volta das 20h, quando a polícia começou a reprimir os manifestantes em resposta à provocação de um pequeno grupo de encapuzados. As forças de segurança dispararam balas de borracha e bombas de gás contra grupos que se reuniram perto do Congresso. Ativistas derrubaram barreiras de segurança, construíram barricadas e atiraram pedras nos agentes. O levante popular espalhou-se pelas ruas do centro da cidade, que registrou cenas de batalha campal. Os atos ganharam força com a saída do ministro da Saúde, Julio Mazzoleni. Ele renunciou depois que o Senado aprovou uma resolução pedindo sua remoção. Sua gestão foi criticada pela falta de suprimentos nos hospitais, pelo atraso na chegada das vacinas e pelos casos de corrupção que não foram punidos. Os protestos continuaram até o dia seguinte.

 

 O governo paraguaio é liderado por Mario Abdo Benítez, conhecido como “Marito”. Benitez é um empresário cuja família tinha fortes laços com a ditadura militar de Alfredo Stroessner. Seu pai, também chamado de Mario Abdo, era secretário particular do falecido ditador. Quando Stroessner morreu em 2006, o pai de Mario Abdo propôs que o Conselho de Administração do Partido Colorado prestasse homenagem com base em que Stroessner " fez muito pelo país ".

 

O movimento de massas, que não estava satisfeito com a queda do Ministro da Saúde, agora exige a renúncia do presidente, gritando "Fora Marito!" Outros slogans do movimento são “ unidos contra a corrupção ” e “ fora com todos os corruptos”.

 

Pressionado pelos enormes protestos, o presidente disse entender que uma mudança é necessária. “ Informei a todo o gabinete que eles cederão seus cargos e os decretos das novas nomeações serão publicados nas próximas horas” , anunciou no vídeo . "Vou nomear autoridades nas áreas de pacificação, à frente de cargos como saúde, educação, mulheres e o escritório civil."

 

Está se tornando cada vez mais claro que as políticas de quarentena ou bloqueio não são as respostas para resolver os problemas de saúde para os quais foram supostamente impostas pela classe dominante. Na verdade, esta política tem agravado a saúde física e mental de grande parte da população, condenando-os a todos os tipos de privações econômicas e sociais, que são a base fundamental para o desenvolvimento das pragas que assolam principalmente a classe trabalhadora e os setores mais pobres da sociedade.

 

Exatamente um ano atrás, a Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI/RCIT) publicou seu primeiro artigo sobre a pandemia COVID-19 e a ofensiva contra-revolucionária global da classe dominante. Neste artigo - denominado “ A campanha chauvinista por trás da histeria do“ Wuhan Coronavirus ”e a resposta revolucionária ” - Almedina Gunić analisou, com base no conhecimento da época, a natureza da pandemia e elaborou vários aspectos-chave de suas consequências políticas. Desde então, publicamos nesta edição mais de 70 panfletos, ensaios, artigos e declarações, assim como um livro, vários deles traduzidos para outras línguas. (1)

 

Também enfatizamos a necessidade de uma abordagem anti-capitalista sobre esta questão. “ Os custos de todas as medidas devem ser financiados pelas corporações multinacionais, especialmente a indústria farmacêutica que precisa ser nacionalizada sob o controle dos trabalhadores. ”

 

Para defender a saúde dos trabalhadores, medidas muito diferentes das realizadas pelos governos corruptos da região deverão ser tomadas, primeiro garantindo que eles ganhem salários decentes, vivam em casas confortáveis, comam bem, pratiquem esportes e tenham uma boa vida, pleno acesso à cultura, educação - coisas que o sistema capitalista não deseja e não pode garantir.

 

 A CCRI apóia o apelo pela queda do regime de Marito e sua substituição por um governo popular e de trabalhadores . Deve ser provocada por uma greve geral que resulte em uma revolta popular dos trabalhadores armados e dos pobres! Para isso, é fundamental a formação de comitês de ação nos locais de trabalho, bairros, escolas e universidades que possam organizar milícias armadas para defender o povo contra a repressão estatal. Esses órgãos populares de massa formariam uma base sólida para o lançamento de uma greve geral por tempo indeterminado, culminando em uma insurreição armada.

 

* Abaixo a repressão contra a juventude e a classe trabalhadora!

 

* Não ao bloqueio de pessoas em Assunção e outras cidades pelo regime!

 

* Organizar uma greve geral e uma revolta popular!

 

* Derrubar o regime de Marito! Por um governo operário e popular!

 

* Por exames de saúde sistemáticos e completos de todas as pessoas que possam ter tido contato com o vírus. Essa triagem deve ser gratuita para todas as pessoas, mas deve ser obrigatória. O mesmo é necessário para qualquer tratamento potencial, que deve incluir quarentena, se necessário.

 

* Pela nacionalização do sistema de saúde sob controle dos trabalhadores!

 

 

 

1. A CCRI/RCIT Sobre o COVID-19: Um Ano Atrás .O primeiro aniversário do início da luta dos marxistas diante da contra-revolução capitalista ocorrendo sob o manto da pandemia. Por Michael Pröbsting, Secretário Internacional da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI/RCIT), 2 de fevereiro, https://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/a-ccri-rcit-sobre-o-covid-19-um-ano-atras/