ALGUMAS NOTAS SOBRE AS CONTRADIÇÕES INTERNAS DA POLÍTICA DOS EUA NO ORIENTE MÉDIO
Por Michael Pröbsting, Secretário Internacional da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI), 11 de janeiro de 2020, www.thecommunists.net
Como é de conhecimento, os EUA e o Irã evitaram nas últimas 48 horas apenas por um triz uma escalada completa de seus conflitos. Desde o início do conflito em maio de 2018, quando os EUA se retiraram do acordo nuclear de 2015 com o Irã e impuseram sanções econômicas maciças, houve vários confrontos.
No entanto, o último ciclo de tensões provocou indubitavelmente uma situação que aproximou mais os EUA e o Irã de uma guerra do que em qualquer outro ponto nas últimas quatro décadas. A última escalada começou em 27 de dezembro de 2019 com um ataque das milícias iraquianas (com ligações estreitas com Teerã) na Base Aérea K-1 no Iraque, que matou um empreiteiro americano. Em resposta, os EUA lançaram ataques aéreos no Iraque e na Síria, matando 25 milicianos do Kata'ib Hezbollah apoiados pelo Irã. Dias depois, milhares de manifestantes atacaram e até entraram na embaixada dos EUA na Zona Verde em Bagdá.
Em 3 de janeiro, os EUA mataram o general Qassem Soleimani - um dos líderes mais influentes da elite dominante em Teerã -, o comandante iraquiano das Forças de Mobilização Popular-FMP Abu Mahdi al Muhandis e outros comandantes. Em resposta, o Irã lançou cinco dias depois vários mísseis balísticos em duas bases militares dos EUA no Iraque. No entanto, apesar das alegações da televisão iraniana de que houve 80 mortes de estadunidenses, na verdade esses ataques não causaram vítimas. É com quase certeza que Teerã evita deliberadamente baixas em sua operação - algo que foi especulado não apenas por várias fontes não-iranianas, mas também foi reconhecido pelo general Amir Ali Hajizadeh, comandante da Força Aeroespacial do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC). i Teerã chegou a informar os americanos - via escritórios iraquiano e finlandês em Bagdá - sobre esse ataque com antecedência. ii Após esse desenvolvimento, os dois lados sinalizaram que não pretendem, por enquanto, continuar as operações militares um contra o outro.
Postura marxista
A Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI) sempre se opôs às sanções dos EUA e à agressão militar contra o Irã. iii Nossa posição não se baseia em nenhuma simpatia pelo regime reacionário dos mulás. Pelo contrário, sempre apoiamos protestos populares contra o regime, incluindo a última revolta de novembro de 2019. iv
Da mesma forma, apoiamos totalmente as heroicas massas iraquianas que protestam contra o governo capitalista corrupto de Bagdá. Essa luta que começou em outubro do ano passado ainda continua, apesar da brutal repressão da polícia e das milícias pró-iranianas que já mataram mais de 500 manifestantes. v
Da mesma forma, os revolucionários também apoiam sempre a luta do povo oprimido contra as potências imperialistas. É por isso que defendemos o Iraque em 2003 contra a invasão dos EUA, bem como a subsequente luta de resistência popular contra as forças de ocupação e seus representantes. vi Apoiamos, pelo mesmo motivo, as recentes mobilizações contra a embaixada dos EUA em Bagdá. vii
Independentemente da nossa oposição ao regime reacionário em Teerã, defendemos o Irã contra qualquer agressão - econômica, política ou militar - pelo imperialismo dos EUA. Essa posição está enraizada na análise marxista do caráter de classe dos países envolvidos. Enquanto o Irã é um país capitalista semi-colonial, os EUA são, ao contrário, a maior das Grande Potência imperialista. viii Nos conflitos entre os países (semi-) coloniais e países imperialistas, os revolucionários são obrigados a apoiar as (semi-) colônias contra as Grandes Potências. ix
Portanto, durante essa recente escalada, à CCRI chamou pela derrota militar do imperialismo dos EUA e ficou do lado do Irã e também das milícias pró-iranianas no Iraque sem dar nenhum apoio político às suas lideranças reacionárias. x
Trump venceu o confronto?
No entanto, neste artigo, pretendemos não lidar com questões de táticas revolucionárias. Antes, queremos discutir as contradições internas da política dos EUA no Oriente Médio e suas consequências para desenvolvimentos futuros. Deveria ser bastante evidente por que esse assunto é altamente relevante.
1) Os EUA são o maior estado imperialista do mundo;
2) O Oriente Médio é uma região em que os interesses de todas as Grandes Potências - EUA, China, Rússia, UE e Japão - se chocam; xi
3) Finalmente, o Oriente Médio é a região do mundo que sofreu o maior número de revoltas revolucionárias e guerras civis na última década. xii Isso é ainda mais relevante desde que a onda global de lutas de classes e levantes populares que começou no outono de 2019 abriu um novo estágio na política mundial, caracterizado por uma dinâmica pré-revolucionária. xiii
O último ciclo de tensões lançou luz sobre essas contradições internas da política dos EUA no Oriente Médio. Na superfície, o governo Trump parece ter saído como uma mais forte. Eles mataram uma figura importante da elite iraniana e, em troca, perdeu apenas algumas instalações militares no Iraque. No entanto, essa seria uma visão altamente superficial e enganosa.
Este é o caso, primeiro, porque é muito improvável que o ataque com mísseis iranianos tenha sido o fim da retaliação. Os comandantes de alto escalão do IRGC já alertaram para uma "vingança mais dura em breve" e disseram que "os ataques com mísseis de quarta-feira foram apenas o começo de uma série de ataques em toda a região".xiv
O líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, também pediu a expulsão de forças americanas da região em resposta aos assassinatos de Soleimani e al-Muhandis. Ele alertou: "Os militantes suicidas que forçaram os americanos a deixar nossa região no passado ainda estão aqui e seus números aumentaram." xv Além disso, os líderes das milícias iraquianas também anunciaram ataques em retaliação. O comandante da milícia iraquiana Qais al-Khazali disse: "A resposta iraniana inicial ao assassinato do comandante martirizado Soleimani aconteceu. Agora é hora da resposta inicial ao assassinato do comandante martirizado Muhandis. E porque os iraquianos são corajosos e zelosos, a resposta deles não será menor que a do Irã. Isso é uma promessa. " xvi
Sem dúvida, esses líderes iranianos, iraquianos e libaneses estão sob enorme pressão de seus apoiadores para revidar depois que os EUA mataram vários de seus comandantes. Perderiam enormemente seu prestígio se não revidassem após essa provocação sem precedentes.
A administração Trump está em uma situação semelhante. Sua principal motivação para a morte do general Soleimani era simplesmente aumentar as poucas chances do Louco Trump de garantir sua reeleição em novembro deste ano. Sendo um presidente ameaçado de impeachment pelo Congresso e altamente impopular entre o povo americano e o establishment, Trump deve aproveitar todas as chances de aumentar seu prestígio. Após o assassinato de um empreiteiro dos EUA e o assalto à embaixada, Trump estava perto de seu "momento de Benghazi". xvii É por isso que a Casa Branca ordenou o assassinato de Soleimani. No entanto, pela mesma razão, Trump será forçado nos próximos meses a reagir fortemente a qualquer outro ataque dos numerosos oponentes da maior Grande Potência. E esse ataque será inevitável!
Em princípio, nem Washington nem Teerã querem uma guerra em grande escala. No entanto, a lógica política dos interesses conflitantes e as forças motrizes por trás tornam essa escalada uma possibilidade muito realista no futuro próximo.
Preparando a retirada?
Washington enfrenta um problema fundamental e insolúvel: como a CCRI elaborou em vários documentos, o imperialismo dos EUA está preso a um processo de decadência de longo prazo. Seus dias de quando gozava de hegemonia absoluta acabaram. Isso é verdade em uma escala global, onde sua posição de liderança é contestada pelo imperialismo chinês e russo. E isso também é verdade para o Oriente Médio.
Enquanto Trump aparece superficialmente como o "homem forte" após o assassinato de Soleimani, um olhar mais atento revela que esse evento, de fato, agravou os problemas fundamentais do imperialismo dos EUA no Oriente Médio. Os desenvolvimentos a seguir nos últimos dias demonstram isso bastante claro.
Em primeiro lugar, o Parlamento iraquiano pediu formalmente a expulsão de todas as tropas americanas do solo iraquiano. É verdade que a resolução não era obrigatória. Trump também reagiu ameaçando exigir bilhões de dólares em compensação ao Iraque ou impor "sanções como nunca haviam visto antes" - uma demanda particularmente cínica de uma potência colonial ocupante que invadiu o Iraque em 2003 contra a vontade do povo! No entanto, a importância política e simbólica desta resolução não deve ser subestimada. Ela abriu um processo que aumentará enormemente a pressão política do povo iraquiano para acabar com a ocupação dos EUA.
Em segundo lugar, em reação aos eventos de 3 de janeiro, o Irã anunciou que não cumprirá mais os limites contidos no acordo nuclear de 2015. “O Irã não detalhou em que níveis alcançaria imediatamente em seu programa. Teerã já quebrou alguns dos limites do acordo como parte de uma campanha de pressão passo a passo para conseguir aliviar as sanções. Aumentou sua produção, começou a enriquecer urânio para 5% e reiniciou o enriquecimento em uma instalação subterrânea. Embora não possua urânio enriquecido a níveis de armas de 90%, qualquer avanço reduz o tempo estimado em um ano necessário para que o país tenha material suficiente para construir uma arma nuclear, se assim o desejar.” xviii O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, advertiu nervosamente que "dentro de um período de tempo bastante curto, entre um e dois anos, [o Irã] poderia ter acesso a uma arma nuclear". xix Não é necessária nenhuma explicação para que se tal desenvolvimento acontecer vai mudar drasticamente a relação de forças no Oriente Médio - em detrimento dos EUA, Israel e de seus aliados.
Em terceiro lugar, a escalada mais recente obviamente reforçou o desejo da Casa Branca de reduzir massivamente sua presença militar no Oriente Médio. É sabido que os EUA estão negociando com o Taleban em termos concretos sobre a retirada das tropas americanas. xx O presidente Trump também anunciou repetidamente seu desejo de retirar as tropas americanas da Síria. xxi
Caracteristicamente, apenas um dia após o parlamento iraquiano ter votado a expulsão das tropas dos EUA de seu país, as forças armadas dos EUA circularam uma carta anunciando a retirada completa de suas tropas do Iraque. Embora mais tarde afirmassem que esse era apenas um “rascunho de carta não assinado” enviado “erroneamente” ao governo iraquiano, esse incidente demonstra claramente que o Pentágono se prepara para a retirada de suas tropas. xxii Naturalmente, isso apenas encorajará a determinação das forças iraquianas - e de todos os outros oponentes do imperialismo dos EUA na região - de intensificar seus esforços para expulsar a Grande Potência do Oriente Médio que antes dominava indiscutivelmente essa região.
Deve-se interpretar a proposta de Trump de expandir a OTAN para incluir estados do Oriente Médio no mesmo contexto. xxiii Sua pressão para aumentar o envolvimento da OTAN no Oriente Médio, ou seja, uma participação mais forte de outros estados, é apenas um pretexto para retirar as tropas americanas.
Choque em Israel
Não é preciso muita explicação para que a retirada das tropas americanas do Iraque, Síria e Afeganistão tenha consequências dramáticas para Israel. Até agora, o Estado sionista do Apartheid podia contar com o apoio político, econômico e militar inabalável e maciço do mais poderoso estado imperialista. xxiv
Portanto, não surpreende que o establishment sionista reaja com choque ao “rascunho de carta não assinado”, que reflete mais uma vez a política irregular do Oriente Médio do governo Trump. Um jornalista israelense com estreita conexão com a elite militar relatou a reação: “O conteúdo da carta - que os americanos estavam se preparando para se retirar do Iraque imediatamente - ativou todos os sistemas de alarme em todo o Ministério da Defesa em Tel Aviv. Mais ainda, a publicação estava prestes a desencadear um "cenário de pesadelo" israelense no qual, antes das próximas eleições nos EUA, o presidente Donald Trump evacuaria rapidamente todas as forças americanas do Iraque e da Síria. "xxv
À CCRI chamou repetidamente a atenção para o declínio do imperialismo dos EUA e o desejo do governo Trump de se retirar de vários pontos críticos. Em nosso último documento das Perspectivas Mundiais publicado há quase um ano, escrevemos: “De qualquer forma, o governo Trump tenta lidar com o declínio dos EUA com uma mistura inconsistente de agressividade e conciliação de política externa. Como já indicado, os EUA retirarão várias tropas da Síria e do Afeganistão. É forçado a negociar com o Talibã. Washington está enfrentando uma derrota frente à um oponente que derrubou quando invadiu o Afeganistão pela primeira vez em 2001. Estamos caminhando para uma repetição de Saigon, em 1975. Da mesma forma, o governo Trump tornou-se conciliador em relação à Coréia do Norte. Isso ocorre apesar das ameaças bombásticas de Trump de apenas um ano atrás e relata que a Coréia do Norte continuou construindo armas nucleares. ”xxvi
E alguns meses atrás, quando Trump sugeriu retirar todas as tropas americanas da Síria, falamos sobre outro "momento de Saigon". Pensamos que os desenvolvimentos recentes confirmam fortemente essa análise.
Em resumo, por enquanto, embora a escalada mais recente não tenha resultado em uma guerra em larga escala entre os EUA e o Irã, está claro que novos confrontos e até uma guerra são uma possibilidade altamente realista ao longo deste ano. De qualquer forma, estamos no meio de mudanças dramáticas na relação política de forças no Oriente Médio.
Em nossas Saudações do Ano Novo de 2020, escrevemos: "Estamos caminhando para uma erupção política vulcânica". xxvii Alguns dias depois, o mundo estava perto de uma guerra em grande escala entre os EUA e o Irã. Tais desenvolvimentos dramáticos e instabilidade são o fermento para guerras e revoluções. Os revolucionários precisam de uma análise clara das forças motrizes dessas rupturas, bem como de um programa consistente para a transformação socialista do Oriente Médio. À CCRI está comprometida em construir um Partido Mundial Revolucionário lutando por essa perspectiva!
i Al-Monitor: general do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica EGRI afirma não ter mirado tropas no ataque, 9 janeiro 2020 https://www.al-monitor.com/pulse/originals/2020/01/iran-irgc-general-iran-target-us-troops-iraq.html
ii Iraque, Finlândia recebeu "aviso prévio" do ataque de mísseis do Irã contra as forças dos EUA, 8 janeiro 2020, https://www.alaraby.co.uk/english/news/2020/1/8/iraq-finland-received-advance-warning-of-iran-missile-attack
iii Veja sobre os confrontos entre os EUA e o Irã as seguintes declarações do CCRI (RCIT): Aramco Attack: Derrotar os EUA / Saudita / Belicistas israelenses! Defender o Irã contra qualquer agressão imperialista! Mas nenhum apoio político para o regime reacionário mullah em Teheran! 16 de setembro de 2019, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/aramco-attack-defeat-the-us-saudi-israeli-warmongers/; Estreito de Ormuz: Tensões crescentes entre os EUA/Reino Unido e o Irã. Expulsar as Grandes Potências do Oriente Médio! Mas nenhum apoio político para o regime reacionário mullah em Teheran! 22 de julho de 2019, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/escalating-tensions-between-the-us-uk-and-iran/; Irã: Abaixo as sanções de Trump e ameaças militares! Mas nenhum apoio político para o regime reacionário mullah em Teheran! 11 de maio de 2019, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/down-with-trump-s-sanctions-and-military-threats-against-iran/; Belicismo no Oriente Médio: Abaixo todas as grandes potências imperialistas e ditaduras capitalistas! 13 de maio de 2018, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/joint-statement-warmongering-in-the-middle-east/
iv Veja sobre isso, por exemplo, as declarações RCIT: Irã: Viva a Revolta Popular contra o Regime mullah! Una-se com as insurreições populares no Iraque, Líbano, Síria, etc. a uma única Intifada! Abaixo as sanções dos EUA contra o Irã! 18 de novembro de 2019, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/iran-long-live-the-popular-uprising-against-the-mullah-regime/; Para a Revolução Iraniana! Abaixo a ditadura capitalista de Mullah! Abaixo o imperialismo! Para uma revolução da classe trabalhadora no Irã! Plataforma de Ação para o Irã pelo RCIT, fevereiro de 2017, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/iran-platform/
v Veja sobre esta por exemplo a declaração RCIT: Iraque: Vitória para a Insurreição Popular contra o Governo de Abdel Mahdi! Construa conselhos populares! Para um governo dos trabalhadores e dos camponeses pobres! 04 de outubro de 2019, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/iraq-victory-to-the-popular-insurrection-against-the-government-of-abdel-mahdi/
vi Veja sobre este capítulo 13, por exemplo, no livro de Michael Pröbsting: O Grande Roubo do Sul. Continuidade e mudanças na Super-Exploração do Mundo Semicolonial por Consequências de Capital Monopolista para a Teoria Marxista do Imperialismo, 2013, http://www.great-robbery-of-the-south.net/
vii Veja sobre isso, por exemplo, Yossi Schwartz: Iraque: Abaixo o imperialismo dos EUA, 31.12.2019, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/iraq-down-with-u-s-imperialism/
viii Veja sobre isso, além da literatura mencionada acima, o ensaio de Michael Pröbsting: Semi-Colonial Intermediate Powers and the Theory of Sub-Imperialism. Uma contribuição para um debate em curso entre os marxistas e uma proposta para resolver um problema teórico, 1 de agosto de 2019, https://www.thecommunists.net/theory/semi-colonial-intermediate-powers-and-the-theory-of-sub-imperialism/
ix Esta sempre foi a posição dos marxistas, como demonstramos em numerosas publicações. Para dar apenas um exemplo, Trotsky elaborou em 1938 sobre um possível conflito entre o Brasil semicolonial e a Grã-Bretanha imperialista: "Vou dar o exemplo mais simples e óbvio. No Brasil agora reina um regime semi-fascista que todo revolucionário só pode ver com ódio. Vamos supor, no entanto, que no dia seguinte a Inglaterra entra em um conflito militar com o Brasil. Pergunto-lhe de que lado do conflito será a classe trabalhadora? Vou responder por mim mesmo pessoalmente , neste caso, eu estarei do lado do Brasil "fascista" contra a Grã-Bretanha "democrática". Porque? Porque no conflito entre eles não será uma questão de democracia ou fascismo. Se a Inglaterra for vitoriosa, ela colocará outro fascista no Rio de Janeiro e colocará correntes duplas no Brasil. Se o Brasil, pelo contrário, for vitorioso, dará um poderoso impulso à consciência nacional e democrática do país e levará à derrubada da ditadura vargas. A derrota da Inglaterra, ao mesmo tempo, dar um golpe para o imperialismo britânico e dará um impulso para o movimento revolucionário do proletariado britânico. Na verdade, é preciso ter uma cabeça vazia para reduzir os antagonismos mundiais e os conflitos militares à luta entre o fascismo e a democracia. todas as máscaras é preciso saber distinguir exploradores, proprietários de escravos e ladrões! (Leon Trotsky: Luta Anti-Imperialista é a chave para a libertação. Uma entrevista com Mateo Fossa (1938); em: Escritos de Leon Trotsky 1938-39, p. 34)
x Veja aqui a declaração da RCIT: A agressão dos EUA contra o Irã e táticas revolucionárias. Defenda o Irã contra qualquer agressão imperialista! Mas nenhum apoio político ao regime reacionário do mulá em Teerã! Continue as lutas populares de libertação do povo sírio, iraquiano, iemenita e iraniano !, 06 de janeiro de 2020, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/the-u-s-aggression-against-iran-and-revolutionary-tactics/
xii A RCIT publicou inúmeros artigos e declarações sobre a Revolução Árabe, que começou em 2011. Eles são publicados em nosso site em: https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/. Documentos sobre a segunda onda da Revolução Árabe são coletados aqui: https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/collection-of-articles-on-2nd-wave-of-great-arab-revolution/. E documentos sobre a Revolução Síria podem ser vistos aqui: https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/collection-of-articles-on-the-syrian-revolution/.
xiii Veja sobre este por exemplo Michael Pröbsting: Estamos nos aproximando de um novo "Momento 1968"? Um aumento maciço da luta de classes global no meio de uma mudança dramática na situação mundial 22 outubro 2019, https://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/estamos-nos-aproximando-de-um-novo-momento-1968/
xiv Patricia Zengerle, Ahmed Aboulenein: E.U. Câmara vota para refinar os poderes de guerra de Trump como tensões EUA-Irã permanecem elevados, 9 janeiro 2020, https://www.reuters.com/article/us-iraq-security/u-s-house-votes-to-rein-in-trumps-war-powers-as-u-s-iran-tensions-stay-high-idUSKBN1Z80P5
xv Ali Rizk: Nasrallah pede ação regional contra militares dos EUA, 10 de janeiro de 2020, https://www.al-monitor.com/pulse/originals/2020/01/lebanon-hezbollah-expel-us-forces-iran-soleimani-killing.html
XVI Líder da Milícia Iraquiana apoiado pelo Irã promete resposta iraquiana ao ataque aéreo dos EUA: Tweet, 8 de janeiro de 2020, https://www.nytimes.com/reuters/2020/01/08/world/middleeast/08reuters-iraq-security-khazali.html?searchResultPosition=3
XVII Veja nesta a indicação de RCIT: novo do anti-Islamismo: Nós condenamos o ataque imperialista-racista sobre muçulmanos! Sobre os protestos em massa contra as embaixadas dos EUA no Oriente Médio, 13.9.2012, em: Comunismo Revolucionário, Nº 6, novembro de 2012, pp. 4-5
xviii Nasser Karimi, Jon Gambrell e Zeina Karam: Blowback: Irã abandona limites nucleares após a matança praticada pelos E.U., 6 janeiro 2020, https://apnews.com/e043255bd33ab318f71d1947716a5b94
xix Irã poderia ter arma nuclear dentro de um a dois anos: ministro francês, 10 janeiro 2020, https://www.reuters.com/article/us-iran-nuclear-europe-france/iran-could-have-nuclear-weapon-within-one-to-two-years-french-minister-idUSKBN1Z90LV
xx Veja sobre este por exemplo RCIT: Afeganistão: Uma greve bem sucedida contra a ocupação dos EUA, 19.10.2018, https://www.thecommunists.net/worldwide/asia/afghanistan-a-successful-strike-against-the-us-occupation/; RCIT: Afeganistão: Expulsar os ocupantes dos EUA! O presidente dos EUA, Trump, intensifica a cruzada imperialista contra o povo afegão! Apoiar a resistência contra os ocupantes e seus fantoches! 23.08.2017, https://www.thecommunists.net/worldwide/asia/us-occupants-out-of-afghanistan/;
xxi Veja sobre este por exemplo RCIT: Síria: Regime de Assad e YPG curdo Strike a Reactionary Deal, 15 outubro 2019, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/syria-assad-regime-and-kurdish-ypg-strike-a-reactionary-deal/
A carta dos EUA vazada ao Iraque foi um rascunho mal redigido: o principal general dos EUA, 6 de janeiro de 2020, https://www.reuters.com/article/us-iraq-security-usa-milley/leaked-u-s-letter-to-iraq-was-a-poorly-worded-draft-top-u-s-general-idUSKBN1Z5255; Ryan Pickrell: Os militares dos EUA enviaram por engano um projeto de carta ao governo iraquiano sugerindo que estava retirando suas tropas, 6 de janeiro de 2020, http://www.businessinsider.fr/us/leaked-letter-sparks-concerns-of-us-troop-withdrawal-from-iraq-2020-1
xxiii Trump expandindo a OTAN para acrescentar o Oriente Médio, 9 de janeiro de 2020, https://www.reuters.com/article/us-usa-trump-nato/trump-floats-expanding-nato-to-add-middle-east-idUSKBN1Z82D4
xxiv O RCIT publicou numerosos documentos sobre a Palestina e o Estado sionista. Eles estão no nosso site na https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/. Em particular, nos referimos ao livro do nosso camarada Yossi Schwartz: Palestina e sionismo. A história da opressão do povo palestino. Um relato crítico dos mitos do sionismo, abril de 2019, https://www.thecommunists.net/theory/palestine-and-zionism/. Veja também Michael Pröbsting: Sobre algumas questões da opressão sionista e da Revolução Permanente na Palestina, maio de 2013, https://www.thecommunists.net/theory/permanent-revolution-in-palestine/
xxv Ben Caspit: A retirada dos EUA do Iraque é o pior cenário de Israel, 8 de janeiro de 2020, https://www.al-monitor.com/pulse/originals/2020/01/israel-us-iran-iraq-syria-qasem-soleimani-letter-withdrawal.html
xxvi RCIT: Perspectivas mundiais 2019: Rumo a uma erupção política vulcânica. Teses sobre a situação mundial, as perspectivas para a luta de classes e as tarefas dos revolucionários, 2 de março de 2019, https://www.thecommunists.net/theory/world-perspectives-2019/
xxvii RCIT: Saudações para o Ano Novo de 2020. No meio de uma onda global de luta de classes e revolta popular, devemos unir forças na construção de uma Internacional Revolucionária! 27.12.2019, https://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/saudacoes-para-o-novo-ano-2020/